segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Coisas da madrugada

Minha terapeuta disse que preciso aprender a me socializar, a fazer algumas coisas sozinha. Até certo ponto concordei, porque minha primeira experiência não foi muito boa. Ter controle de tudo e de nada, assim parece que somos nós. Por quê as coisas em casa ficaram assim? E eu, como fui chegar nesse estado? Sinceramente, se eu não tivesse fazendo nada por mim agora, meus pais diriam: já temos túmulo comprado, se quiser, pode ir dormir lá.
Os primeiros passos são muito duros. Não vivi o que gostaria da minha adolescência, uma das minhas pequenas frustrações, porque não dependia só de mim. Algumas coisas agora na fase adulta parecem se repetir: "vamo comigo em tal lugar?", fulano "ah, não dá não". A diferença hoje é que, naquela época eu não tinha dinheiro, e é isso que é a novidade da vida, você consegue algumas coisas sem pedir pelamordedels pra ninguém. Família desunida, parentes estranhos, encrenqueiros, tenho de defender meu lugar, não depender de ninguém pra nada. 
Os golpes da carne depois de cicatrizadas, não passam de lembranças, é escolha da gente querer sentir tudo de novo. Quando completar um ano desse tratamento espero estar 80% melhor que agora, até porque, eles estão me preparando pra eu morar sozinha, isso exige um trabalho mental que me cala. Liberdade e dinheiro, tudo tem preço, tudo é à custa de dor. Esse é o lugar no qual eu não pedi pra fazer parte, mas preciso aprender as regras do jogo, se não quiser só sobreviver.

0 comentários:

Postar um comentário