domingo, 27 de janeiro de 2013

Estava pensando...

1 comentários
... sobre meu modo de lidar com algumas situações que envolvam o sexo oposto nesses últimos anos, meses. Não considero saudável afastar-se de tudo aquilo que um dia pode te fazer bem, mas também considero altamente nocivo continuar a alimentar sentimentos que não passarão de manifestações unilaterais.

Carência. Sinto isso há um tempo, uns anos, em outros dias é simplesmente imperceptível esse tipo de sensação. Aliás já tem um boom tempo que eu não me sinto livre desse sentimento...

Não posso demonstrar meus sentimentos, não quero ser magoada. Se eu levo isso a diante, me perturba, me provoca, fica insuportável demais. Aí quando eu começo a demonstrar meus sentimentos a pessoa some, me deixa sozinha com um mundo de sentimentos para lidar. É por isso que, ou eu mantenho as pessoas afastadas, ou elas se afastam de mim...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Se te queres matar - Álvaro de Campos

0 comentários
Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...


A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...

Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...

sábado, 5 de janeiro de 2013

Mais um ano... um dia de cada vez

0 comentários
E estamos em 2013. Mais um ano, um ano a menos... Percebi que há tempos não escrevia algo aqui, foi mais ou menos na época em que saiu o edital pro concurso que eu estava estudando pra prestar. Enfim, a prova ocorreu em dezembro, e não foi uma prova fácil, e confesso que o que mais tirou o melhor do meu aproveitamento foi meu emocional, mesmo assim fiz uma boa prova e espero estar na segunda fase e bem classificada.
(...)
Meu fim de ano foi mais tranquilo, beem mais tranquilo, gostei disso pois pude ficar mais sossegada com relação a algumas coisas em casa. A instabilidade dos ânimos aqui me afeta muito. Fiz alguns novos amigos, em compensação muita gente se afastou também por eu ficar falando sempre da mesma coisa, nem em casa tavam me aturando muito. Enfim, só eu sei o que é bom pra mim.
(...)
Agora nesse começo de ano retomei os planos de 2011, aqueles que não foram sequenciados, não é tempo de negligenciar minha melhora. Por enquanto vou dar um tempo pra minha cabeça antes de pensar em outros concursos, viver mais... os dias serão bons... é bom que eu continue pensando e fazendo algo pra que sejam assim...