sábado, 12 de fevereiro de 2011

Presente Imperfeito

Lendo um texto hoje, lembrei de muitas coisas, muitas mesmo, do tempo e energia que dediquei às situações ruins as quais me aconteceram, e alimentei, e amarguei, e endureci, e adoeci. O tempo, ele de novo... museu não vive de passado, e sim de pessoas interessadas neste, lembre disso. Já viu alguém morar num museu? Eu ainda não. O passado, por mais interessante que seja, é só contemplativo, já se fez, nada se faz, só se preserva. Isso no caso de um museu.
Vamos lá, e você, vive no seu passado? Só contempla, olha e vai embora? Muitas coisas foram feitas, delas pelo menos pode-se tirar lições, e o que preservar? Tava pensando nisso, não tive tempo pra contemplar nada em minha infância, por isso considero ela, até o momento, a melhor parte da minha vida. Na adolescência, não contemplei nenhum passado novamente, mas sofri horrores com o presente que acompanhei... formou-se um museu inconsciente. Agora, uma pseudoadulta em processo de "onde estou", já contemplei, alimentei, amarguei, endureci, adoeci, e vivi, num passado que afetou meu futuro. Paguei, no meu museu, paguei... e caro, porque "de minha vontade fui morar lá".
Há pouco saí, e senti como se um ímã quisesse me trazer de volta, mas não foi possível.Vivo o presente, não brigo com o futuro, e meu passado triste são lembranças que não posso me atrever a contemplar sempre, porque a gente sempre volta lá. Qual o motivo de voltar a um lugar de dor? Se você pode construir um "novo" passado mais digno. A imperfeição do presente está no fato de se viver um dia de cada vez, juntando as pequenas vitórias em um grande quebra-cabeça de meses. As coisas não acontecerão da noite pro dia, do mesmo modo que, você não vai esquecer com facilidade daquilo que lhe incomoda. Cuidado com as lembranças, não deixe elas secarem seu futuro, o presente precisa ser regado, senão não precisaria da sua ajuda. ^^

Deixo a frase da reflexão de hoje, das Doses minhas de Paulo Coelho, do texto "Cuidado com as lembranças" de 12/02/2011:

"Mas não esqueça que a lembrança é como o sal: a quantidade certa dá tempero a comida, mas o exagero estraga o alimento. Quem vive muito no passado, acaba sem presente para recordar"

Fonte G1


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