quinta-feira, 14 de julho de 2011

Devaneios do dia 14

Aqui, no cantinho desta sala com muitas máquinas, todas com portais de informação, entrada e saída, eu fico pensando no meu relacionamento com as pessoas. Gente de carne, osso e estranheza tremenda. Gente que a gente precisa saber lidar, se quiser ter a habilidade de/para 'com viver'. Gente que é como a gente mas nem parece ser gente. Acho que deve ser recíproco demais isso.
Adoro quando nada me atinge, me sinto anestesiada, como se fosse um espectro, passo pelas pessoas elas não me veem e não me incomodo, pareço ver tudo de outra ótica, outro ângulo, de um jeito mais tranquilizante. Hoje senti os dois lados de mundos que mexem comigo: aquilo que ao menor movimento desestabiliza toda a minha estrutura, e aquilo que me tira dela, como se não estivesse em mim. Há pouco, acabei de chegar de uma conferência em outra cidade, fui convidada por livre e espontânea pressão, a mando do chefe do executivo, senti uma sensação ruinzinha, não sei explicar, aquilo me deixou inquieta, tremendo, não via a hora de poder vir pra casa, aí encontrei uma pessoa legal, uma senhora da limpeza com quem sempre converso quando vou entregar documentos, e ficamos ali, papeando, quando me dei por conta, aquela sensação tinha sumido, eu só precisava de um pouco mais de 'familiaridade' no local.
E numa dessas viagens, fora de mim, notei o quanto tenho medo, o quanto adio coisas por medo de não tê-las e acabo não as tendo, justamente, por isso. O medo que enxerga a ameaça, que enxerga o fracasso, que enxerga o ciclo vicioso, que não enxerga o fim, que enxerga o todo ruim. Que paralisa, que acostuma, que acomoda... que adora desculpas.
Não é à toa que, quando rodamos em torno de nós mesmos ficamos tontos, é um desequilíbro provocado...depois de tanto tempo agora é que estou tendo a noção de parar, mas tem tanto tempo, preciso dar esse momento pra mim, pra me tirar desse cenário girante, parar tudo, se autoequilibrar e continuar adiante.

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