segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A revolta

Meu pai sentou na minha cama, me olhou com cara de trouxa, e de esperto. Achei que fosse me por pra fora de casa. Foi menos pior, tá me cobrando um dinheiro que compromete um tratamento que eu to fazendo pra me melhorar.
Só pra situar, de outubro de 2008 a 2009 fiquei desempregada, nessa época eu ainda tinha facul, qdo acabou meu seguro desemprego ele começou a pagar minha net, e meu transporte, até algumas roupas e tênis q foram ficando gastos. total R$ 500. Em Julho de 2010, ele quis me ajudar com R$600 num cursinho pra concurso público que eu tava muito esperançosa de passar e não passei. "A gente tá aki pro que der e vier" foi o que ele disse. Aguentei minha mãe dizendo, no dia seguinte ao resultado da prova desse concurso:" já que vc não passou trate de pagar cada centavo do que deve ao seu pai." Dessa vez ele mesmo veio cobrar. Saldo R$ 1100.
Cada um pense o que quiser, mas ganhar R$ 600 conto e pagar R$ 200 de tratamento fora os remédios é duro. Era de se esperar, me chamaram de mulher fácil por ir atrás de alguém que eu queria muito conhecer. Machistas. Que amor de pais mais sombrio e sem ética e sádico.
Me exigiu respostas: vai ter compromisso sério nisso ou não? Que isso ?! To na inquisição !
Não posso viver, não posso lutar, na verdade eles querem que eu me mate, e eu gostaria muito de tomar akeles remédios todos agora, e me livrar daqui. Não sei se desisto, não sei o que vale a pena. Não sei se continuo o tratamento e volto pro buraco de vez. Talvez a alegria deles seja me ver assim, seca, velha, do lado deles pra sempre.
Mas eu vou pagar, vou pagar sim, vou ficar sem grana, vou me endividar, mas vou pagar, se o jogo é esse então vamo jogar. Não se admirem do meu silêncio daqui pra frente, ele vai ser mais rotineiro do que já era. Não sei de mais nada, quero sair desse lugar.





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